É vinho ou é sobremesa?
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O estilo menos conhecido de vinhos é, sem dúvida, aquele que chamamos vinhos de sobremesa. Mas afinal, são vinhos, ou são sobremesas? E são sempre doces?
Vamos por partes.
Primeiro, vamos entender a diferença entre vinhos fortificados e vinhos de sobremesa.
Os vinhos fortificados, chamados também de licorosos, são produzidos pela adição de álcool vínico. O mais famoso deles, sem dúvida, é o Vinho do Porto. Para saber mais sobre o Porto, clique aqui.
Os vinhos de sobremesa, por sua vez, são produzidos a partir de uvas com elevada concentração de açúcares, como é o caso, por exemplo, daqueles rotulados como Colheita Tardia, e também do Sauternes. Para ler sobre Sauternes, clique aqui.
Em alguns casos, os vinhos são produzidos a partir de uvas com elevada concentração de açúcares, e mesmo assim, são considerados fortificados, por haver, também, a adição de álcool vínico no processo. Um exemplo? Commandaria, que você pode conhecer, clicando aqui.
Mas esses são vinhos para serem consumidos apenas como sobremesa?
De jeito nenhum. Principalmente no caso dos fortificados, eles podem, e costumam, ser servidos também para acompanhar aperitivos, antes da refeição.
Na hora da sobremesa, os vinhos fortificados ou de sobremesa podem acompanhar os doces, ou até mesmo substituí-los.
E, para surpresa de alguns, esses vinhos também costumam ser consumidos como “vinhos de meditação”, significando que não precisam estar harmonizados, necessariamente, para serem apreciados.
E esses vinhos são sempre doces?
Não, e essa é uma confusão bem comum.
No caso dos fortificados, o grau de doçura vai depender, principalmente, do momento da adição do álcool. Em contato com as leveduras, o álcool interrompe o processo de fermentação do vinho.
Se a fortificação acontecer antes do processo de fermentação concluído, ainda haverá açúcar não convertido em álcool, e o vinho resultante será doce. Caso a fortificação se dê após todo o açúcar ter sido convertido em álcool, o vinho será seco.
Por exemplo: um Jerez Pedro Ximénez apresenta mais de 212 gramas de açúcar residual por litro, enquanto um Manzanilla, que é o Jerez Generoso Fino da cidade de Sanlúcar de Barrameda, apresenta menos de 5 gramas de açúcar residual por litro. São totalmente diferentes!
O certo é que desfrutar o prazer de degustar vinhos fortificados, ou vinhos de sobremesa, pode trazer uma sensação muito surpreendente, até mesmo para enófilos mais experientes. Até porque, uma das maiores dicas do mundo do vinho é arriscar-se, aventurar-se. Por que não?
Para encerrar, se quiser ler um pouquinho mais sobre os diferentes processos de produção desses vinhos, clique aqui.
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