Agiorgitiko
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- Categoria: cepas
A pronúncia parece difícil, mas não é: a-gior-gí-tico. Vale a pena conhecer essa uva...
Apesar de ser cultivada em toda a Grécia, a Agiorgitiko é uma uva tradicional da região do Peloponeso, mais especificamente de Nemeia. Um vinho rotulado com a denominação de origem Nemeia, necessariamente, é composto 100% pela Agiorgitiko.
O nome Agiorgitiko significa “Uva de São Jorge”, provavelmente em uma referência à Capela de São Jorge, perto de Nemeia, na Grécia, ou ao dia de São Jorge, comemorado por algumas igrejas ortodoxas perto do período da colheita.
Oficialmente, a OIV (Organização Internacional da Vinha e do Vinho), reconhece Mavro Nemeas como sinônimo para o nome dessa cepa de origem grega.
E o vinho produzido com a uva Agiorgitiko é conhecido como “Sangue de Hércules”, em uma referência ao primeiro, dos doze trabalhos impostos a Hércules, que foi derrotar o Leão de Nemeia, terrível criatura que aterrorizava a região. Uma das lendas sobre o episódio diz que, após matar o leão, Hércules saciou sua sede bebendo o vinho de Nemeia.
O cacho da Agiorgitiko costuma ser pequeno, assim como seus bagos. A uva, apesar da pele espessa, é muito suscetível às doenças típicas das videiras. É uma variedade que demora a brotar, e também a amadurecer, e com propensão a altos rendimentos se não for devidamente controlada pela poda.
A Agiorgitiko costuma produzir vinhos varietais, mas também é utilizada em cortes com Cabernet Sauvignon, principalmente no vinho de mesa chamado katoi.
Vale lembrar que, para os europeus, vinho de mesa é um vinho que não se enquadra dentro da legislação oficial de nenhuma denominação de origem ou indicação geográfica, mas que mesmo assim é produzido apenas com variedades de uva da espécie Vitis vinifera. Para ler mais sobre a expressão “vinho de mesa”, clique aqui.
Os vinhos tintos produzidos com a Agiorgitiko são notórios pela cor profunda e pelo sabor frutado e aveludado, que remete a cerejas pretas e a ameixas. A picância também é marcante nesses vinhos, que costumam ter baixa acidez.
A versatilidade da Agiorgitiko permite também a produção de rosés ou vinhos tintos muito leves, que lembram o estilo dos franceses Beaujoais.
Uma curiosidade: na Grécia, o amadurecimento de vinhos em barris não significa, necessariamente, carvalho. Uma série de outras madeiras, nativas do país ou mesmo importadas, também são utilizadas nesse processo.
Para encerrar, se quiser ler mais sobre a produção de vinhos na Grécia, clique aqui.
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